sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Pense numa babada...

Essa deu na coluna do Magno Martins, na Folha de Pernambuco. Se você der um chute no ovo do Eduardo Monteiro, dono daquele periódico, acerta a boca do nobre colunista.
Eduardo na elite empresarial

A Gazeta Mercantil anunciou, ontem, que o empresário pernambucano Eduardo Monteiro foi escolhido, em votação direta, um dos cinco destaques do PIB nacional. Em se tratando do dono desta Folha, fiquei em dúvida: dá para abordar o assunto sem abusar em adjetivos de louvação, sem também ser piegas? Dá, sim, concluí. Eduardo é um empresário em ascensão no Brasil, tendo rompido a fronteira de um Estado onde, num passado não muito distante, reinou por muito tempo como dirigente de banco e industrial do açúcar. Depois, enfrentou ventos desfavoráveis, mas nunca se abateu, nunca deixou de combater o bom combate. E hoje, graças ao seu tirocínio empreendedor, atua em vários Estados, em setores os mais diversos da economia nacional, com predominância no Mato Grosso e Tocantins. Certa vez, ouvi seu pai, o ex-ministro Armando Monteiro Filho, dizer que o filho era um teimoso. Foi, se não me falha a memória, no lançamento da Folha, há quase uma década. Teimosia, para Eduardo, rima com obstinação e coragem. Empresário de visão, consolidou uma terceira via na Imprensa do Estado, quando ninguém acreditava. A virtude de um empreendedor nato está em enxergar um oceano quando muitos só vêem à sua frente uma gota solitária. Eduardo é assim.
Magno só esqueceu de mencionar que o distinto Eduardo Monteiro é dono da Destilaria Gameleira (MT), cujos trabalhadores vivem no século XIX, em regime de escravidão. Tal fato até custou a cabeça de um jornalista do Jormal do Commercio (PE), que teve a audácia de noticiar a "obstinação e coragem" do empresário. Veja, abaixo, matéria divulgada no site Repórter Brasil - Agência de Notícias, em 24/06/2005.
Jornalista é demitido por matéria sobre trabalho escravo

O editor do Jornal do Commercio, Cícero Belmar, perdeu o emprego por ter autorizado a publicação de uma reportagem sobre trabalho escravo. A fazenda citada no texto é de Eduardo de Queiroz Monteiro, amigo pessoal do dono do Jornal do Commercio e proprietário da Folha de Pernambuco

Por Leonardo Sakamoto
Foi demitido nesta terça-feira (21) Cícero Belmar o editor-executivo do Jornal do Commercio (JC), de Pernambuco, por ter autorizado a publicação de matéria sobre a libertação de 1.200 trabalhadores pelo governo federal na Destilaria Gameleira (leia matéria “1.200 escravos são libertados em usina no Mato Grosso”). O JC – cujo proprietário, João Carlos Paes Mendonça, é amigo pessoal de Eduardo de Queiroz Monteiro, da Gameleira e da Folha de Pernambuco – foi o único dos jornais do estado a veicular a libertação dos trabalhadores, o que teria “estremecido” a relação de ambos os donos de mídia. A notícia, contrária aos interesses de Monteiro, foi considerada como uma campanha para denegrir as suas empresas e seu jornal. De acordo com Belmar, a forma encontrada para reatar a relação de amizade dos dois foi demitindo-o.

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